José Horta Manzano
É muito triste ficar sabendo que boa quantidade de jovens brasileiros abandonam o país por falta de oportunidades. É uma verdadeira ‘aspiração de cérebros’. Os que vão embora são justamente os mais bem formados, aqueles que poderiam contribuir para alavancar a entrada tão esperada do Brasil na modernidade e no bom caminho.
A tendência já vem de algumas décadas para cá. Com a subida de doutor Bolsonaro ao Planalto e a nomeação de um ministro da Educação que odeia o saber, as perspectivas são sombrias. O êxodo de cérebros deve aumentar. Não adianta só formar o universitário. É preciso dar-lhe condições de pôr em prática o que aprendeu. Enquanto a ciência continuar sendo desdenhada pelo poder central, a revoada tende a se reforçar.
Esse fenômeno é a triste confirmação da máxima bíblica Nemo propheta in patria – ninguém é profeta na própria pátria. De fato, todos os quatro autores do Novo Testamento (Mateus, Marcos, Lucas e João) põem essa frase, direta ou indiretamente, na boca do Mestre.
Outra locução latina, encontrada em Tácito, vem completar a máxima: Maior e longinquo reverentia – a ausência aumenta o prestígio.
Com tanta máxima por aí, tínhamos de escolher justo essas, tão amargas! Falta de sorte.