José Horta Manzano
Você sabia?
A América do Sul é composta por 12 países independentes e uma colônia – a Guiana Francesa, relíquia de um tempo que passou.
A origem do nome de cada país é pitoresca. A Bolívia reverencia Simón Bolívar, figura heroica da época em que as colônias ibéricas se tornaram independentes. Já a Colômbia presta homenagem a Cristóvão Colombo, o descobridor oficial das Américas.
Paraguai, Uruguai e Chile guardam lembrança da toponimia indígena. A Venezuela leva esse nome porque, aos europeus que lá chegaram primeiro, casas construídas sobre palafitas lembraram Veneza. Em espanhol, Venezuela corresponde a um hipotético «Venezinha» em nossa língua.
O Equador leva nome simbólico e sem imaginação; simbólico porque confirma que o país está situado sobre a linha do Equador; sem imaginação porque, francamente, podiam ter bolado nome mais personalizado. Há tantos outros países situados na linha do Equador…
Dos países que sucederam a antigas colônias ibéricas, falta mencionar dois. São bons vizinhos, sócios no Mercosul e grandes parceiros comerciais. Estou falando do Brasil e da Argentina naturalmente. Em questão de toponimia, têm em comum uma (rara) particularidade: ambos os nomes, na origem, são adjetivos. Só se tornaram substantivos quando passaram a dar nome a países. Assim mesmo, não deixaram de ser adjetivos.
A Argentina se chama, de fato, República Argentina – expressão em que a palavra argentina é adjetivo. Os primeiros exploradores encontraram prata por aquelas paragens. Mais do que imaginavam e menos do que gostariam. Deslumbrados, deram ao largo estuário onde desembocam os rios Paraná e Uruguai o nome de Río de la Plata (Rio da Prata). Quando se tornou independente, nosso vizinho conservou a prata no bolso. O adjetivo ‘argentino’ descende da forma latina para a prata: argentum.
E nosso Brasil, nos tempos em que o nome foi dado à colônia, também era adjetivo. Hoje em desuso, o adjetivo brasil se refere à brasa, especialmente à cor vermelha de um braseiro. O pau-brasil, abundante na nova terra e usado então em tinturaria, tem no nome o adjetivo brasil porque dá um caldo vermelho.
Somos mais hermanos do que imaginamos.
Observação
O espanhol platino conserva resquícios do caráter adjetival do nome dos dois países. Para referir-se às demais nações sul-americanas, omitem o artigo.
Estoy en Uruguay, en Chile, en Ecuador, en Colombia, en Venezuela, en Perú.
Porém
Estoy en el Brasil
Estoy en la Argentina.
Interessante, não?
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