José Horta Manzano
«Não dá mais para o Congresso passar a mão na cabeça de Bolsonaro» – declarou o deputado Molon.
«Você parece estar passando a mão na cabeça de sua ex-auxiliar» – lançou Lula a uma Dilma enfezada.
«Moro periga passar a mão na cabeça de corruptos no governo Bolsonaro» – preveniu o New York Times.
Alguém precisa avisar a esse pessoal que estão desperdiçando saliva, tinta e papel. Nossa língua conta com um verbo – simples, regular, fácil de conjugar, simpático – que exprime perfeitamente a ideia de «passar a mão na cabeça de». Em vez de nove sílabas, três bastam: afagar.
Filhote da raiz árabe halaqa, o verbo afagar está aclimatado em nossa língua há um milênio, desde que os árabes, instalados na Península Ibérica, deixaram marcas indeléveis em nosso vocabulário. A existência desse verbo é oficialmente atestada desde os anos 1200. Aqui vão as frases depois da substituição da perífrase pelo verbo adequado.
«Não dá mais para o Congresso afagar Bolsonaro» – declarou o deputado Molon.
«Você parece estar afagando sua ex-auxiliar» – lançou Lula a uma Dilma enfezada.
«Moro periga afagar corruptos no governo Bolsonaro» – preveniu o New York Times.
Ainda está faltando você explicar o que havia de absconso no título da matéria do Estadão. Tentei encontrar o que estava escondido, mas não descobri nada. Ilumine-me, ó mestre!
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Título da matéria do Estadão? No understand!
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Agora fiquei ainda mais confusa. Como “no understand”? Quem não ‘understand’ sou eu.
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